sexta-feira, 1 de outubro de 2010

DEFINIDOS OS SAMBAS SEMIFINALISTAS NA BEIJA-FLOR

No dia 30/09/2010 (quinta- feira) a Beija-flor realizou mais uma etapa do concurso de sambas-enredos que escolherá o híno da escola em 2011, sobre o rei Roberto Carlos. O samba da parceria de Claudio Russo, Wilsinho Paz, J. Velloso, George Costa, Marquinho Beija-Flor e Silvio foi eliminado.Veja os sambas semifinalistas:


Samba 35 - Tom Tom, Miguel Menezes, Gelson, Barbosão e Diogo Rosa 

Samba 39 - Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija Flor, Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Théo M.

Samba 75 - Amendoim do Samba, Marcão Mangaratiba, Domingos do Peixe, Thiago Alves, Pebo e Rômulo Presidente

Samba 77 - Marcelo Guimarães, Ribeirinho, Paulo Lopitas, Almir da Ilha, Milton Tubarão e Veni

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ENTREVISTA COM OS COMPOSITORES DA BEIJA-FLOR – Rômulo Massacesi (Samba 75)


A  série de entrevistas segue com um dos compositores do samba 75, Rômulo Massacesi. Vale lembrar que as perguntas a serem respondidas serão as mesmas para todas as parcerias quese proporem a participar das entrevistas.





1.    Como é o processo de composição das obras?

RÔMULO - É um clima maravilhoso, fazemos contato com nossos pares e nos reunimos em um lugar que consideramos sagrado para compor, foi bom, especial, mas a responsabilidade esse ano era maior, falar do Rei e em uma nova proposta de Beija-Flor deixou a rapaziada tensa.

2.    Em 2011, a escola pediu um samba leve, diferente dos demais anos, como foi encarado essa nova situação?

RÔMULO - Foi uma decisão absolutamente inteligente do Laíla e da direção da escola, baseada em um clamor dos componentes. Foi uma experiência nova para a parceria que teve que se adequar a um formato mais alegre de samba enredo, que fosse enfeitiçar a avenida e sem perder o brilho e a emoção da Beija-Flor. Tivemos todo o cuidado e respeito em cada linha desta obra.

3.    O custo das eliminatórias de samba  no Rio de Janeiro, especialmente na Beja-flor estão cada vez mais elevados. As parcerias a cada ano investem mais em seus sambas, contratando interpretes de peso, fazendo  gravações em estúdio impecáveis, tendo  um  corpo de palco de altíssima qualidade. Você acha que esse custo demasiado, de certa forma  pode  atrapalhar, o surgimento de novos talentos ?

RÔMULO - A Beija-Flor se não for a maior, é uma das maiores Escolas de Samba do mundo, assinar um samba enredo na maravilhosa e soberana é o ápice da carreira de um compositor, conquistas como essas são acompanhadas de muita luta e dificuldades, entre elas a questão financeira. Mas em especial esse ano, a escola adotou uma filosofia que reduziu os custos para os compositores, nosso Diretor Laíla pediu samba bem cantado e houve limitação de alegorias. Não acredito que o pouco investimento comprometa, pois samba bom se defende na quadra e na Beija-Flor quem ganha é o samba. 
4.    Em que momento se percebe que o samba começa a se credenciar como vencedor? De que forma levar torcida ajuda no desempenho do samba? Diante disso, qual a estimativa de gasto da parceria este ano?

RÔMULO - O samba é um filho e ainda que tenha defeitos sempre o enxergamos diferente. Para os compositores seu samba é campeão na feitura. Mas quando você observa a comunidade cantando, conhecedores da matéria aplaudindo sua obra, começa amadurecer o sonho. A nossa torcida é especial, é constituída por amigos, familiares e todos que admiram nosso trabalho. Àqueles que nos viram construir o samba e se envolveram de tal forma que hoje o samba é deles. Muitos que se encantaram com as apresentações vestiram a camisa. Um momento marcante desta torcida nesta eliminatória foi na última 5ª feira após o resultado, vê-los junto à comunidade cantando e essas vozes ecoando na quadra foi indescritível. Não posso precisar, mas nossos gastos estão razoáveis.

5.    Em 2011, a Beija-flor homenageará, Roberto Carlos, qual o sentimento em fazer um samba exaltando o maior nome da musica nacional ?

RÔMULO - Simplesmente incrível falar do Rei, é aquele tipo de história que a gente pensa que jamais vai viver. Roberto Carlos é emoção, fé, brasilidade. Está presente no coração de cada brasileiro, nos lugares mais distantes a voz do Rei está para confortar uma dor, para lembrar um grande amor e trazer uma saudade, mas “se bater saudade no caminho o som de uma canção vai te levar...” 

6.    Como  o compositor encara  o samba concorrente ? Há  de certa forma, alguma rivalidade? Caso a sua obra não vença,  não absorva nenhuma outra obra, com empenho? Há procura de erros nos “adversários” ?

RÔMULO - A Beija-Flor está sempre em 1º lugar, vencer é bom e dá prazer, todos querem, mas é inegável a qualidade de um bom trabalho, somos colegas, nos respeitamos e nos admiramos, e em um momento que há 5 sambas, você não encontra mais obras ruins. Todas são dignas de defender a Escola. Vamos abraçar como sempre o samba que a Beija-Flor decidir e cantar na avenida, a direção da escola merece todo respeito acerca das suas decisões, são quase 15 anos de nota máxima em samba enredo, não cabe contestação. Nossa parceria se orgulha de estar nesta disputa, agradece ao espaço cedido pelo blog Família Beija-Flor, parabeniza todos os compositores pelas lindas obras e que vença o melhor samba.

ENTREVISTA COM OS COMPOSITORES DA BEIJA-FLOR - Samir Trindade (Samba 39)


Iniciamos a rodada de entrevista com compositores dos sambas concorrentes que seguem no concurso de sambas-enredos da Beija-flor.  A primeira entrevista é com um dos compositores do samba 39, Samir Trindade, atual campeão na escola.




1.    Como é o processo de composição das obras?
SAMIR -  Esse processo varia de acordo com a parceria , na nossa por exemplo todos levamos a sinopse para casa pra estudar mesmo  durante uns 15 dias , acho que a poesia flui melhor quando se tem total conhecimento do que a escola vai levar pra avenida e depois o samba vem fluindo naturalmente , em 2010 e agora em 2011 o refrão deixamos pro final , porque acreditamos que ao final do samba ele se apresenta como se fosse por instinto e assim consegue atingir um impacto sem ser forçado . Agora esse ano foi diferente, pois Roberto Carlos é um enredo que já se tem um conhecimento mesmo antes da sinopse, por isso, podemos trabalhar até um pouco antes , a primeira por exemplo, já tínhamos antes da sinopse , vou colocar aqui como era a primeira antes de ser adequada a sinopse .

Lembro com saudade o tempo que passou
Todas as histórias eu contei aqui
Ah! Essa lembrança foi o que ficou
Momentos que não esqueci
Eu , cheio de fantasias
Na luz do rei menino
Lá no meu Cachoeiro
Segui meu caminho
Em minha vida conheci amores
Tive alegrias também dissabores
Fiz dessa estrada minha inspiração
E lá vou eu , corri o mundo o vento a me levar 
Na bagagem só o meu cantar
E a fé no coração


2.    Em 2011, a escola pediu  um samba leve, diferente dos demais anos, como foi encarado essa nova situação ?
SAMIR - Encaramos como um desafio ,sabíamos do desejo de mudança da escola , mas ao mesmo  tempo sabíamos também que não poderíamos levar para o “oba oba” , pois o enredo é sobre um cara que é pura emoção e acima de tudo um poeta , por isso tinha que ter uma bela poesia e emocionar as pessoas o nosso samba , queríamos também dar um certo destaque ao amor , pois pra nós a maneira do rei falar de amor é o que mais chama a atenção das pessoas. Por isso o amor ganhou destaque na nossa obra , o setor fala dos amores do rei ,ao invés de apenas dizer que ele teve amadas , amantes e grandes amores , resolvemos fazer uma declaração de amor , acho que fomos bem aí. pois esse refrão do meio emociona as pessoas. Eu digo que é pra minha esposa e todos da parceria também , acho que ficamos bem na foto em casa depois desse refrão (risos) !


3.    O custo das eliminatórias de samba  no Rio de Janeiro, especialmente na Beja-flor estão cada vez mais elevados. As parcerias a cada ano investem mais em seus sambas, contratando interpretes de peso, fazendo  gravações em estúdio impecáveis, tendo  um  corpo de palco de altíssima qualidade. Você acha que esse custo demasiado, de certa forma  pode  atrapalhar, o surgimento de novos talentos ?

SAMIR - Sinceramente eu acho que não , a Beija flor é uma escola que valoriza o bom samba , se  o compositor mesmo sem dinheiro tiver talento a obra vai avançar na disputa , ou vai arrumar um patrocínio durante a disputa ou no ano seguinte vai ser convidado a participar em uma boa parceria , tudo tem seu tempo. É difícil chegar numa escola como a Beija flor e no primeiro ano ser campeão , mas acho que  com certeza será, se for bom. Quem entra no samba achando que vai se arrumar na vida pode desistir , isso pra mim é paixão e era um sonho vencer aqui , já atrasei conta de luz , água e telefone no tempo das vacas magras , mas um dia alguém me enxergou e esse alguém foi o Pixulé (cantor da império da tijuca ) , cheguei na casa dele sem um tostão e pedi pra cantar o meu samba , ele pediu que mostrasse o samba, Mostrei, ele ficou todo arrepiado , chorou e disse que cantava de graça , no ano seguinte me colocou numa parceria mais estruturada e daí eu segui o caminho , quando ganhei ano passado liguei pra ele e agradeci .


4.    Em que momento se percebe que o  samba começa a se credenciar como vencedor ? De que forma levar torcida ajuda no desempenho do samba? Diante disso, qual a estimativa de gasto da parceria este ano?
SAMIR- Essa percepção se dá, pra mim, no dia da gravação quando você sai do estúdio senta no sofá da sala e escuta o samba , sou muito emotivo , me emocionei muito esse ano com o samba , em relação a torcida acho que é bom levar seus amigos pra cantar o samba , ver como ele é cantado por muitos, esse ano levamos desde o início porque sabíamos que a disputa ia ser acirrada até pelo enredo , em relação aos gastos vai girar em torno de 30 , 40 mil .

5.    Em 2011,  a Beija-flor  homenageará, Roberto Carlos, qual o sentimento em fazer um samba exaltando  o maior nome da musica nacional ?
SAMIR- Acho que não só nós compositores como a escola está muito feliz , e decidimos colocar essa alegria de falar do rei em nosso refrão , vai ser um momento mágico do carnaval 2011 , devemos prestar homenagem sim aos nossos ídolos , ele é o rei da MPB , vai ser difícil segurar a gente na avenida (risos)  e espero que seja com o nosso samba , mas seja qual for a Beija flor vai fazer um grande desfile como sempre faz por sinal.


6.    Como  o compositor encara  o samba concorrente ? Há  de certa forma, alguma rivalidade? Caso a sua obra não vença,  não absorva nenhuma outra obra, com empenho? Há procura de erros nos “adversários”?
SAMIR- De forma alguma, de nossa parte não , somos amigos e Beija-flor antes de tudo , participamos agora de uma festa convidados pelo Laila onde todos os compositores que ainda estão disputando foram e cantamos nossos sambas , cada um cantava o do outro na maior harmonia , é óbvio que existe uma rivalidade mas ela é sadia até porque objetivo é o mesmo , quando acaba existe uma tristeza de quem perdeu mas ela passa logo e depois nos unimos em prol do samba vencedor e ponto final , saber perder é fácil, não tem jeito, saber ganhar é uma tarefa mais difícil pois é preciso manter a humildade e o respeito acima de tudo  e esse é o nosso lema, humildade , muita luta e fé em deus porque maior que ele ninguém .

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM – “Tupã fez valer... chorou!”


“Ó meu criador
Proteja nossas águas, meu senhor”

No ano de 2004, a beija-flor com  o enredo amazônico, conquistou  o seu segundo bicampeonato. O samba campão foi aclamado como  o melhor samba do ano, dentre os novos (excluindo-se as reedições). Contudo, as eliminatórias ficaram eternizadas pela presença de grandes sambas, dentre eles este samba da parceria de Samir e Cia, defendido pela voz marcante de Dominguinhos do Estácio.

O lirismo e a simplicidade com que o samba decanta o enredo chamam a atenção.  Os refrões simples e de melodia que grudam nos ouvidos, contrastam com partes em tom menor  com variações melódicas ousadas e bem construídas.

“Queimadas, moto serras nunca mais...”

O samba antes de ‘desaguar’ no refrão final, ganha emoção e um tom crítico sobre a realidade da Amazônia, em um momento de clamor pela preservação das matas. É um samba concorrente de 2004 que vale a pena conferir.


Autores: Manelzinho Poeta , Mauro Gaguinho, Samir Trindade e César Coiffer
Intérprete(s): Dominguinhos do Estácio

No azul do mar da Beija Flor
Navega o sonho da cobiça espanhola
Deseja o Eldorado conquistar
Desbravam as ondas nos mistérios deste mar
Enfim a terra santa surgiu
É Amazonas, é Brasil ...Paraíso tropical
Colírio para os olhos de além mar
Solo fértil igual não há

Tupã fez valer... chorou
A luta não foi em vão
Brotou guaraná... cresceu
A terra sagrada desperta ambição

O cinturão verde do mundo é aqui
É preservar evoluir
Eternizar a liberdade
Progresso tem que haver sem ofender o chão
O que será do nova geração
Se o mundo não unir as mãos
Ó meu criador
Proteja nossas águas meu senhor
Nos livre da ganância da serpente
Alimentando o corpo equilibrando a alma
E assim transmitiremos paz
Queimadas moto serras nunca mais

A Terra é nossa
Alô meu Brasil
Manoa Manaus
É lenda viva no meu carnaval !

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

MEMÓRIAS DE UM BEIJA-FLOR - Carnaval de 1976... "Sonhar com rei dá leão"


Recordar é viver...

A Beija flor desde sua fundação nos brindou com belíssimos carnavais, entre erros e acertos, seus símbolos sempre foram a ousadia, comunidade imponente, a alegria e desfiles impecáveis. Escola que nasceu de um bloco, hoje, é reconhecida como uma das grandes potências do carnaval, com 11 títulos conquistados e o carinho de grandes admiradores que ultrapassaram as fronteiras de Nilópolis.

E hoje relembraremos aqui como tudo começou...


O ano é 1976, ano que marca um “antes e depois” da beija flor. Com a chegada de Joãozinho 30 e do diretor de harmonia Laila. A escola não poupou luxo e originalidade, desde sua ascensão ao grupo especial vinha sempre em colocações intermediárias e com enredos “chapa-branca”. Consegue, enfim, seu tão sonhado título, e também um grande feito , pois superou o quarteto que na época era hegemônico: Portela, Mangueira, Império Serrano e Salgueiro .Firmando assim, definitivamente, como grande potencia do carnaval .

O enredo era “Sonhar com rei dá leão”, sobre o jogo do bicho, um tema original pela época, recebendo muitas críticas na época sendo até acusada de estar homenageando seu patrono Anízio, mas o intuito de Joãozinho 30 era um enredo popular, alegre , e conseguiu um desfile marcado pelo luxo,com bastante alas com fantasias de animais,samba leve e pra cima conquistou as arquibancadas e jurados e por fim sagrar se campeã.


O desfile simbolizou uma virada no conceito de desfile das escolas de samba. O luxo e a magnitude da apresentação, impressionou os olhos dos bambas. Nunca mais o carnaval seria o mesmo. O apoio financeiro do patrono Anízio, aliado a competência de Laila e a ousadia de Joãozinho Trinta, revolucionou o carnaval carioca.

1976... O inicio de um novo tempo na escola, antes simples, da baixada fluminense.





Letra do samba :

Compositor: Neguinho da Beija-flor

Sonhar com anjo é borboleta,
Sem contemplação,
Sonhar com rei dá leão,
Mas nesta festa de real valor,
Não erre, não,
O palpite certo é Beija-Flor (Beija-Flor)

Cantando e lembrando em cores,
Meu Rio querido, dos jogos de flores,
Quando o Barão de Drummond criou,
Um jardim repleto de animais,
Então lançou,
Um sorteio popular,
E para ganhar,
Vinte mil réis com dez tostões,
O povo começou a imaginar...
Buscando,
No belo reino dos sonhos,
Inspiração para um dia acertar

Sonhar com filharada,
É o coelhinho...
Com gente teimosa,
Na cabeça dá burrinho,
E com rapaz (bis)
Todo enfeitado,
O resultado, pessoal,
É pavão ou é veado

E assim
Desta brincadeira
Quem tomou conta em Madureira
Foi Natal, o bom Natal
Transformando sua escola
Em tradição do carnaval
Sua alma hoje é águia branca
Envolta no azul de um véu

Saudado pela majestade o samba
E sua brejeira corte (bis)
Que lhe vê no céu


Distribuição de doces no dia de São Cosme e São Damião


Hoje é dia de Cosme e Damião, e mais um ano, aconteceu a tradicional distribuição de cartões, doces e brinquedos  a crianças da comunidade de nilópolis na quadra da Beija-flor. Milhares de crianças humildes da   tiveram uma segunda-feira mais feliz, devido a um ato de solidariedade e mobilização comunitaria.

Mudar é preciso!



Em 1998, a Beija-flor, quebra um jejum de 15 anos sem  conquistar o título do carnaval carioca, apesar dos diversos desfiles marcantes  nesse período, como  “O mundo é uma bola”, “Ratos e urubus” e “Bidu Sayão”. A escola, ousa ao criar uma comissão de carnaval para desenvolver o tema “O  Mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu Anu”. Recebeu varias críticas da imprensa especializada, ao descentralizar o cargo de carnavalesco, criando uma comissão. 

Era o inicio de uma trajetória de conquistas expressivas, com  6 campeonatos e  5 vices em 13 anos.  A escola nilopolitana, instaurava uma nova ordem no carnaval, com seus enredos densos e complexos,  sambas encorpados e valorização do canto do componente,  era a cartilha-beija-flor  que regera no carnaval.

Contudo, nos últimos dois anos, percebe-se uma mudança clara nos rumos dos desfiles. Em 2009  o Acadêmicos do Salgueiro venceu com um desfie  empolgante, que contagiou as arquibancadas e em 2010, o  a Tijuca de  Paulo Barros é a vedete da vez.  Dois desfiles leves, de fácil comunicação com o público e que empolgaram as arquibancadas. 

É preciso mudar! A  comissão de carnaval, sintonizada com a realidade, promete  mudar o estilo de carnaval da escola,  no que cerne sambas, enredos e leitura de carnaval. É a Beija-flor se mexendo para recuperar o posto de  “majestosa e soberana”.  Para 2011,  a escola fará em seu enredo uma homenagem justíssima ao maior nome da musica brasileira, o Rei Roberto Carlos, um enredo simples, popular e emotivo.  Os sambas que seguem na disputa do concurso da Beija-flor, sinalizam uma mudança em suas características: sambas mais simples e leves, mas com a mesma pujança nilopolitana. É a Beija-flor, se adequando ao seu tempo...

Anos atrás a comunidade nilopolitana  “impôs respeito, bateu no peito e disse : Eu sou Beija-flor”
Hoje... Para o carnaval que se aproxima a palavra de ordem é “eu quero brincar meu carnaval, com alegria simpatia e orgulho pelas  nossas cores”.
Por Ailson Picanço

domingo, 26 de setembro de 2010

“Beija-flor,minha escola ,minha vida,meu amor ...”

É só ouvir
    
É só ouvir estas frases do samba de exaltação,que já faz o coração bater mais forte,já sabemos que vem aí a GRES Beija-Flor de Nilópolis,escola várias vezes campeã,com inúmeros desfiles inesquecíveis,alguns destes,não se sagraram campeões ,mas quem disse que uma campeã,só é a que fica em primeiro lugar? Pra nós não há diferença!

Escola nascida num natal a mais de 60 anos, que a cada ano conquista mais e mais fãs, que ultrapassaram os limites de uma simples cidadezinha da baixada fluminense e alcançou o mundo.

Alguns podem até pensar nossa que bando de exagerados, tanta expectativa para um desfile de 82min. São 82 min que nascem após uma quarta-feira, que pode ser alegre ou triste,mas que independentemente do resultado,a vida segue seu curso,de sonhos delirantes de um carnavalesco às mãos que o tornam realidade ,dos poetas que o transformam em música,e um mestre que o transforma em samba, sem esquecer do coral que em 82min,evoluem e dão vida a esse sonho maluco,sonho que passamos quase um ano esperando,para ver se tornando realidade bem a nossa frente e estamos ali em arquibancadas,camarotes ou na frente da TV ,agoniados e  de repente começa um grito que nos é familiar : - “ Olha a beija-flor aí gente ...”  e começa o esquenta com sambas que construíram essa história ao longo dos anos,e estamos ali,emocionados,arrepiados,encantados  com o bailado da porta bandeira,o girar da baiana,cadência da bateria ... E no final a certeza, valeu a pena esperar quase um ano por 82 min.

 Sim, somos torcedores! Fanáticos ou não, pensem o q eu quiserem,pois passado esses 82min,olho pro lado e vejo q não estou sozinho,tem uma nação,família ,que na quarta-feira ,assim como eu,vai ver o coração ir a mil,sorrir,chorar a cada nota, e depois ver todo o ciclo recomeçar e nunca cansar,esse amor doido por essa escola de samba,não se explica apenas se sente,e com vitória ou derrota sempre seremos orgulhosos de fazer parte dessa comunidade,mesmo não sendo nilopolitanos,e sentimos mais orgulho ainda de poder bater no peito e dizer : - “ EU SOU BEIJA-FLOR!”

Por Leila Veiga